A palavra arte pode assumir várias significações na linguagem. Ela pode representar uma forma de produção quando se desenvolve na procura do útil ou uma forma de expressão se desenvolve na procura do belo.
Tal como nos fala Aristóteles a arte pode ser entendida como: arte mecânica, técnica, arte de fazer ou simples ofício.
O Artesanato é essencialmente o próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato).
Podemos considerar que o artesanato tradicional as técnicas mais antigas e clássicas de artesanato como tricô, crochê, tecelagem, pinturas, cerâmica, bordado, origami. As técnicas são infinitas, mas o principal é manter a essência da técnica e do material utilizado. O artesanato tradicional é feito a mão, o artesão tem total controle do que está sendo produzido e as peças são únicas, pois cada vez que forem feitas sofrem o efeito das mãos do artesão que podem variar de acordo com sua emoção no dia da confecção. Por mais parecidas que sejam, as peças artesanais possuem características próprias, seja um ponto a mais, um traço mais forte ou uma tonalidade diferente.
Não devemos confundir padrão com uniformidade. Embora padronizada, cada peça feita à mão é única, não se confunde com nenhuma outra, nem da mesma espécie, ainda que tenha sido elaborada no mesmo dia e pela mesma pessoa.
O estilo do artesão empresta originalidade a seus objetos, como que a marca pessoal, enquanto o padrão é a marca do grupo. Cada artesão escolhe um estilo, mas não deixa de ser influenciado pelo ambiente (a natureza) em que vive e pelos modos de vida própria da área cultural que pertence.
É comum confundirmos artesanato com rusticidade mas é importante observar que neste regime de trabalho fazem-se tantos objetos rústicos como bem-acabados, pois o artesanato se define pelo processo de produção de objetos e não pelas qualidades práticas que pode ser emprestada a este no ato de fazer.
A valorização do artesanato como objeto de consumo passa a ser ao mesmo tempo uma fórmula contra o risco de extinção da atividade e uma forma de satisfação ao desejo gerado na sociedade pós-industrial.
Entre os elementos que contribuem para o lançamento dos referenciais simbólicos do artesanato está a moda. Sendo assim, a Moda identifica uma necessidade social (a da distinção) e a supre tornando-a um desejo generalizado.
Este crescimento do mercado de moda no Brasil tem promovido o artesanato nacional e projetado o trabalho de artesãos, permitindo-lhes a comercialização de suas produções e o empreendedorismo do setor.
Parece que cada vez mais os detalhes artesanais que deixam as roupas com cara de feitas à mão se destacam no mundo fashion. Essas peças remetem ao conforto, por isso podem ser usadas em vários momentos e ocasiões.
Estilistas como Walter Rodrigues e Ronaldo Fraga já apresentaram em suas coleções essa relação entre moda e artesanato. Ronaldo Fraga trabalha constantemente com comunidades de artesãos e a cada coleção é possível identificar a cultura nacional traduzida pela moda brasileira.
A consultora de moda e responsável por um grande movimento de sustentabilidade, Chiara Gadaleta, em parceria com a ativista e designer carioca Viviane Martins, lançou o Instituto Ser Sustentável com Estilo (#SSE). “Ser Sustentável com Estilo”, um espaço para falar de uma nova moda. Uma moda ética, que se preocupa com o consumo consciente , com o artesanato, com o comércio justo, a reciclagem e todas as questões do desenvolvimento sustentável.
O artesanato está na moda e a moda se utiliza do artesanato.