Com o tempo, o crochê se tornou mais acessível à classe trabalhadora, especialmente com a Revolução Industrial. Com a produção em massa de fios e agulhas de crochê, as pessoas de todas as classes sociais podiam se envolver nessa arte.
O Crochê chegou aos Estados Unidos trazido pelos imigrantes europeus no final do século XIX, tornando-se popular também entre as mulheres americanas e era uma habilidade vital para muitos colonos, pois permitia que eles criassem roupas e itens para o lar.
Chegamos então ao séc. XX, quando finalmente esta técnica começou a se aproximar daquilo que conhecemos nos dias de hoje.
E é nas décadas de 1920 e 1930, que o crochê deixa de ser encarado apenas como algo decorativo e com função de embelezamento, ganhando a vertente da criação de peças de roupa e acessórios para o cabelo.
E foi durante a Grande Depressão dos Estados Unidos, que teve início em 1929 e se estendeu até o final da década de 1930, que o crochê passou também a ser uma forma econômica de criar roupas e acessórios e se tornou uma fonte de renda para várias famílias.
As matriarcas começaram a usar os fios que tinham, para tecer as peças. É um dos primeiros relatos dos grannys squares , os quadrados crochetados eram depois unidos, para formar mantas, colchas , cobertas, casacos e roupas para vestir e proteger as suas famílias do frio.
No período da II Guerra Mundial (1939-1945) o crochê foi utilizado como forma de apoiar os soldados na linha da frente principalmente no Reino Unido e nos Estados Unidos da América, sendo que as mulheres se juntavam para criar peças que os mantivessem agasalhados.
Houve também a falta de linhas e lãs e diversas peças eram desmontadas para criar, por meio do crochê, casacos e meias para os soldados.
Já no período pós-guerra houve nova explosão do crochê, nos anos 50, começaram a surgir peças mais voltadas para a decoração da casa, com as famosas toalhinhas e colchas de crochê . E até os anos 60, mantinha o estilo clássico do crochê realizado com fio e agulhas finas.
E nas décadas de 60 e 70, sob a influência do movimento hippie, que varreu o conformismo da década anterior. E movidos pela rejeição de uma interpretação materialista e consumista do sonho americano, os jovens da contracultura abraçaram ideais de autossuficiência e autoexpressão, no contexto dos protestos da Guerra do Vietnã e dos movimentos pelos direitos civis.
E colocaram o artesanal no centro de sua revolução diária, eles abraçaram e contribuíram para estabelecer uma maior sensibilidade artesanal.
E o crochê como também e o granny square voltou e atingiu seu auge: o quadradinho da vovó multicoloridos aparecia em mantas, xales, vestuário, bolsas e na decoração das casas, ditando moda até hoje.
A moda era mais descontraída, libertadora e natural, houve uma grande valorização do “eu que fiz”.
E o festival Woodstock, que ocorreu em 1969, e que foi berço dos estilos hippie e boho , contribuiu para divulgar e associar o crochê a esses estilos.
Ao mesmo tempo o crochê também cai no gosto das celebridades da época, sendo constantemente visto fazendo parte dos seus figurinos .
Foi também nesta altura que começaram a surgir as primeiras aulas ditas "oficiais" de crochê , que deixa assim de passar apenas de "mãe para filha" e passam a ser ensinados , era uma forma de as lojas conseguirem vender mais fios e fidelizar clientes e o crochê era feito como forma de ascensão social ou apenas como hobby.
E a criação de várias revistas que mostrava as tendências da moda e trazia gráficos de como reproduzir as peças, foi uma das maiores formas de popularizar as técnicas e informações sobre as artes.
Por enquanto é só !!! Seguiremos falando das outras décadas. Aguardem!!!!
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